O que é iluminar-se?
Osho
Consciência Crística Siriana
“A mente pode estudar sobre Deus, sobre iluminação,
sobre o Supremo. Pode até fingir que compreende tudo. Mas Deus não é algo que
possa ser compreendido. Mesmo que você saiba algo sobre Deus, isto não quer
dizer que O conheça. O conhecimento não é “sobre”. Enquanto estiver dizendo
“sobre” ainda estará do lado de fora, estará caminhando na periferia, não terá
entrado no círculo. (…)
O amor acontece quando você está vazio. A erudição
existe quando você está repleto. A erudição pertence ao ego e o ego não pode
nunca penetrar no centro; é periférico. A periferia só pode conhecer a
periferia. Ninguém pode conhecer o centro através do ego. O ego pode estudar,
pode torná-lo um grande erudito, pode até transformá-lo num erudito religioso,
numa grande autoridade sobre o assunto. Você pode saber tudo sobre os Vedas, os
Upanishads, a Bíblia, o Alcorão e, mesmo assim, não conhecer nada — porque o
centro não pode ser conhecido a partir do exterior. É algo que acontece quando
você entrou e tornou-se um.
(…) Você tem estudado muito, tem estado caminhando
em círculo. Mas quando alguém caminha em círculo, cria uma grande ilusão; sente
que está progredindo. Você está sempre caminhando e, mesmo assim, não está indo
a lugar algum porque seu movimento é circular. Você apenas se repete. (…) Você
anda, anda e nunca chega a lugar algum, embora sempre sinta que está chegando:
“Eu já andei tanto que agora a meta deve estar mais perto!” Experimente
andar em um círculo bem grande. Será difícil perceber que é um círculo, porque
você estará vendo apenas uma parte dele. Assim, parecerá sempre uma estrada, um
caminho.
(…) Não que a iluminação seja difícil, mas porque,
estudando, você perde a totalidade, a essência. Segue pela trilha errada. É
como se alguém tivesse tentando entrar na sala pela parede. Não que entrar na
sala seja difícil, mas que é preciso entrar pela porta. Se você tentar entrar
pela parede parecerá difícil, quase impossível. Mas não é. Você é que está
usando o meio errado. Ao iniciar a jornada, muitas e muitas pessoas começam
pelo estudo, pelo aprendizado, pela instrução, informação, filosofia, pelos
sistemas teológicos. Começam pelo “sobre” e, então, estão batendo no muro. (…)
O que é o muro? Quando você começa pela erudição e não pelo ser, está batendo
no muro.
Converta-se, seja! Não acumule informações. Se
quiser conhecer o amor, seja um amante. Se quiser conhecer Deus, seja
meditação. Se quiser entrar no Infinito, seja prece. Seja! Não colete
instruções sobre a prece. Não tente acumular o que os outros dizem a respeito.
Aprender não ajuda. Pelo contrário, só o desaprender é que auxilia.
Abandone tudo o que sabe; só assim poderá conhecer. Abandone todas as
informações, todas as escrituras. Abandone todos os Alcorões, Bíblias e Gitas —
elas são as barreiras, os muros. Se você continuar batendo no muro, as portas
não se abrirão — porque não estão nele. As pessoas batem no Alcorão, nos Vedas,
na Bíblia e nenhuma porta é aberta.
O que é iluminar-se? É tornar-se consciente de si
mesmo. Não é nada que diga respeito ao mundo exterior. Não é nada que se possa
fazer com o que os outros dizem. O que os outros dizem é irrelevante. Você
está aqui! Para que ir consultar a Bíblia, o Alcorão, o Gita? Feche seus olhos
— e eis você em sua infinita glória. Feche seus olhos e as portas se abrem.
Você está aqui, não precisa ir perguntar a ninguém. Se perguntar, não
compreenderá. O próprio perguntar demonstra que você pensa que está em algum
outro lugar. O próprio perguntar demonstra que você está pedindo por um mapa.
Para o mundo interior não existe nenhum mapa; não há necessidade, porque você
não está caminhando para um destino desconhecido.
Na realidade, você não está caminhando.
(…) Iluminar-se significa retornar à Fonte e a
fonte está em seu interior: a vida está aí, fluindo, palpitando, continuamente
batendo. Porque perguntar aos outros? Estudar significa perguntar aos outros.
Perguntar sobre si mesmo aos outros?
Isto é uma tolice por excelência. Isto é um absurdo
total — perguntar sobre si mesmo aos outros. O significado do estudo é este:
procurar pela resposta. Mas você
é a resposta!
(…) Não, ninguém pode responder. Não vá a nenhuma
pessoa, vá a si mesmo! Quando você encontra um Mestre, tudo o que ele pode
fazer é auxiliá-lo a encontrar a si mesmo; só isso. Nenhum mestre pode lhe dar
a resposta. Nenhum mestre pode lhe dar a chave. O mestre só pode auxiliá-lo a
olhar para o seu interior. Apenas isto. A chave está aí, o tesouro está aí,
tudo está aí”.
Osho
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Fonte: http://trabalhadoresdaluz.altervista.org/