SILÊNCIO E CELEBRAÇÃO
OSHO – Uma Consciência Siriana
“ESSE DEVE SER O CRITÉRIO: SEMPRE QUE O
SILÊNCIO ACONTECE DENTRO, O RISO ENTRARÁ NA SUA VIDA; UMA FESTA ACONTECE FORA”.
Qual é a
chave?
O Silêncio e
o riso são a chave - silêncio dentro, riso fora. E quando o riso vem do silêncio,
não é deste mundo, é divino.
Quando o
riso vem do pensamento é feio. .... Então, você está rindo de alguém, às custas
de alguém, e isso é feio e violento.
Quando o riso vem do silêncio, você não está rindo de ninguém. Está simplesmente rindo de toda a brincadeira cósmica. E é realmente uma brincadeira...
É uma piada
cósmica, porque dentro você tem tudo e está procurando por toda parte. Existe
piada melhor?
Você é um
rei, fazendo papel de um mendigo nas ruas. Não apenas representando, enganando
os outros, mas fingindo para si próprio que é um mendigo. Você tem a fonte de
todo o conhecimento e fica fazendo pergunta; você é a própria inteligência, e
fica pensando que é ignorante; você tem o imortal dentro de você e tem medo da
doença e da morte.
Isso é
realmente uma piada!
Mas, exceto
Buda, ninguém mais entendeu. Ele aceitou o riso de Maha-Kashyap, e
imediatamente percebeu que ele tinha compreendido tudo.
A qualidade
daquele riso era cósmica. Ele entendeu toda a piada da situação. Não há nada
além disso. A história toda é como se o Divino estivesse brincando de
esconde-esconde com você.
Os outros
pensaram que Maha Kashyap era um louco, rindo e rindo diante do Buda. Mas Buda
percebeu que aquele homem se tornara sábio. Os loucos sempre têm uma sabedoria
sutil, e os sábios sempre agem feito loucos...
Por quê?
Porque há coisas que os tais sábios não são capazes de compreender e que apenas
os tolos podem, pois os tais sábios são tão tolos que sua esperteza e astúcia
fecham as suas mentes.
O louco não
tem medo de ninguém. Ele fala sem se importar com as consequências; o louco é
alguém que não pensa nas consequências.
O homem
astuto sempre pensa primeiro no resultado e só então age.
O pensamento vem primeiro, depois a ação. Um homem tolo, louco, age.
O pensamento nunca vem primeiro.
Sempre que
alguém realiza o SUPREMO não se parece com seus homens sábios. Ele não pode ser
assim. Pode ser como seus loucos, mas nunca como seus homens sábios.
Quando São Francisco se Iluminou, começou a chamar-se de louco de Deus. ... Quando São Francisco ia até um rio, os peixes pulavam em sinal de alegria, pela presença dele. Milhares de pessoas foram testemunhas desse fenômeno. ... São Francisco chegava e os peixes ficavam felizes. ... Mesmo as árvores que já haviam secado, e já iam morrer, voltavam a ficar verdes e a florescer se São Francisco se aproximava. Essas árvores perceberam que aquele louco não era um louco comum, era um louco de Deus.
Quando São Francisco se Iluminou, começou a chamar-se de louco de Deus. ... Quando São Francisco ia até um rio, os peixes pulavam em sinal de alegria, pela presença dele. Milhares de pessoas foram testemunhas desse fenômeno. ... São Francisco chegava e os peixes ficavam felizes. ... Mesmo as árvores que já haviam secado, e já iam morrer, voltavam a ficar verdes e a florescer se São Francisco se aproximava. Essas árvores perceberam que aquele louco não era um louco comum, era um louco de Deus.
Maha-Kashyap
ficou em silêncio, silenciosamente, o rio interior continuou fluindo e o riso
solto acontecia fora. Buda viu isso e lhe entregou a flor.
Essas são as
duas partes:
O silêncio
interior - um silêncio tão profundo que não há vibração em seu ser; você
existe, mas não há ondas; você é um lago, sem ondas, sem nenhuma onda. O ser
silencioso, quieto, sereno; dentro no centro, apenas silêncio - e na periferia
festa, riso. E só o silêncio pode rir, pois só o silêncio pode entender a
brincadeira cósmica.
Então, sua
vida se torna uma festa vital; seus relacionamentos tornam-se algo festivo.
Qualquer coisa que você faça em cada momento é um festival. Você come e o comer
é uma festa; toma banho e banhar-se torna-se uma festa; você fala e falar
torna-se uma festa. O relacionamento torna-se uma festa. Sua vida exterior
torna-se uma festa. Não há tristeza nela. Como pode existir a tristeza com o
silêncio?
Mas,
geralmente, você pensa o contrário. Pensa que se ficar calado será triste, que
se ficar calado não poderá evitar a tristeza. Eu digo que o silêncio que existe
com a tristeza não pode ser verdadeiro. Algo está errado. Algo deve ter-se
perdido no caminho, deve ter-se extraviado. Só a festa pode ser uma prova de
que o verdadeiro silêncio aconteceu.
Qual a
diferença entre um silêncio verdadeiro e um silêncio falso? Um silêncio falso é
sempre forçado. É conseguido através do esforço. Não é espontâneo, não
aconteceu a você. Você o fez acontecer, é forçado.
Você pode
estar sentado imóvel, mas há muito tumulto no seu interior. Você reprime esse
tumulto e então não pode rir. Você se torna triste, pois o riso é perigoso - se
você rir, perderá o silêncio, pois no riso você não pode reprimir.
O riso é
contra a repressão. Se você quer reprimir, não deve rir; se você rir, tudo virá
à tona. O que é real aparecerá no riso e o irreal será perdido.
O riso
necessita de uma respiração profunda. Quando você ri, toda uma respiração
profunda é liberada. Por isso ninguém respira profundamente e sim
superficialmente, pois muita coisa foi reprimida em sua infância, e depois
dela. Você não pode respirar profundamente. Se o fizer ficará com medo.
Tente
reprimir qualquer coisa. O que você fará? Você não respira. Você corta a
respiração e só respira superficialmente, com a parte superior dos seus
pulmões. Você não irá mais fundo, pois na barriga tudo está reprimido.
Nada pode
perturbá-lo se o verdadeiro silêncio aconteceu. Então, tudo o ajuda a crescer.
Se você está realmente silencioso, pode sentar-se em um mercado e nem o mercado
poderá perturbá-lo. ... O barulho do mercado torna-se silêncio dentro de você.
Se o real
acontece a você e você não tem medo, ele não pode lhe ser tirado. Nada pode
perturbá-lo. E quando digo nada, quero dizer nada mesmo.
Essa é a
chave - a parte interior é o silêncio e a parte exterior é a festa, o riso, a
celebração.
Seja alegre, festivo e silencioso. Crie cada vez mais possibilidades ao redor de você - não force o interior a ser silencioso, apenas crie cada vez mais possibilidades ao redor de você para que o silêncio interior possa florescer nelas.
Seja alegre, festivo e silencioso. Crie cada vez mais possibilidades ao redor de você - não force o interior a ser silencioso, apenas crie cada vez mais possibilidades ao redor de você para que o silêncio interior possa florescer nelas.
Isso é tudo
o que podemos fazer...
A meditação
é apenas uma situação. O silêncio não será uma consequência dela. Não, a
meditação consiste apenas em criar a situação, o ambiente, em preparar o solo.
A semente já existe. Você não precisa colocar a semente dentro de você.
A meditação
apenas cria a situação em que o silêncio acontece.
ESSE DEVE
SER O CRITÉRIO: SEMPRE QUE O SILÊNCIO ACONTECE DENTRO, O RISO ENTRARÁ NA SUA
VIDA; UMA FESTA ACONTECE FORA”.
OSHO
_________________________________
* Fonte: LIVRO - Raízes e Asas- (Osho)