RE-SIGNIFICANDO
A PARÁBOLA DO “FILHO PRÓDIGO”
Por Conceição Vitor
O
Universo é harmônico. A Harmonia (coerência) é a constante do Universo
manifestado e não a Perfeição. Esta é inerente à Fonte Criativa. Entenda-se por
Harmonia/Coerência o equilíbrio entre as partes. Assim sendo, o Caminho
evolutivo é a busca do equilíbrio – o Caminho do Meio (Buda).
A
compreensão dessa verdade universal elimina o conceito de dualidade.
Dissolve-se a concepção de bom e ruim, bem e mal, certo e errado, positivo e
negativo... resta apenas a diversidade de experiências; e toda e qualquer
experiência traz um ganho, traz crescimento, traz evolução, traz integração de
um nível maior de consciência.
Ainda
que na experiência evolutiva da Terra – onde o método é de fricção (embate
das polaridades) – algumas experiências nos pareçam errôneas ou
fracassadas, não o são. São apenas experiências. E se assim o são, não cabe
julgamento, muito menos punição.
Eu
costumo dizer que “despertar” a consciência (sair do véu de Maya) é ver
o mundo pelo avesso, literalmente... Façamos uma releitura da parábola do
“Filho Pródigo”, com base nesse “avesso”.
A
Bíblia judaica nos conta que um pai dividiu sua herança entre seus dois filhos,
por exigência do filho mais novo, que queria viver sua própria vida. Enquanto o
filho mais velho ficou ao lado do pai, trabalhando e cuidando do seu
patrimônio, o aventureiro mais novo ganhou o mundo. Lá fora, ele fez todas as
experiências que lhe vieram à cabeça: ganhou, perdeu, caiu, levantou, sofreu,
gozou, chorou, sorriu... e acabou na miséria (cansaço = caos, vazio),
com saudades do aconchego da família e da segurança do amor do pai... “Saudades
de Lar”. E voltou, e abraçou o pai e teve festa para recebê-lo de volta... “o
filho que estava perdido e que se encontrou”.
A
religião nos ensinou que o significado dessa parábola é o grande amor que o Pai
nos dedica, ao ponto de perdoar nossos “pecados” e se alegrar com nosso
arrependimento, mais do que se alegra com a dedicação do filho mais velho, que
nunca saiu de perto dele e nunca “pecou”.
Mesmo
com a interpretação católica da parábola, o Pai não julga, não condena e não
pune – Jesus também não – mas os religiosos, que se auto intitulam
“representantes de Deus na Terra” e (ad)ministradores da doutrina de Jesus para
os humanos, julgam, condenam e punem os “pecadores” ... Tem algo errado aí!
Agora,
sob a luz dos novos paradigmas, não lhes parece que essa parábola quer dizer
outra coisa? A mim, ela parece retratar a nossa caída na densidade para a
experimentar a dualidade e a separação da Fonte. Ou seja, a entrada na roda das
encarnações inconscientes, em corpo físico, que algumas almas escolheram
experimentar e outras não, ou escolheram participaram do experimento, mas de
outra forma.
Os
que escolheram a experiência, enfrentariam todo tipo de adversidades que o jogo
da integração das polaridades (Luz X sombras) oferece. Experimentamos o
Céu e o Inferno em doses acentuadas, e com o livre-arbítrio de escolher em que
lado do jogo experienciar: ora um, ora outro, até integrar o aprendizado em um
ponto de equilíbrio, ou seja, o triângulo sagrado, e ascensionar: “voltar à
Casa do Pai”, o que significa a reconexão com a Fonte e com as partes
superiores da própria alma encarnada.
A
“miséria” aqui não se trata de situação financeira, mas sim o cansaço das
experiências. É quando o Ser se rende ao fluxo e decide voltar para a Casa do
Pai (a energia do Amor Incondicional), lugar onde há proteção,
abundância e aconchego da Fonte. Fica claro que o sucesso e o fracasso são
sempre positivos, pois são apenas energias que atuam como ferramentas de
fricção.
Mas
por que o comportado filho mais velho nunca teve festa?
Deus
ama o os dois e honra os dois – o “obediente” e o “rebelde”, mas festeja o
filho rebelde, porque este sim fez a Vontade do Pai, que é experienciar a
Criação e ser capaz de retornar à origem. Ou seja, experimentar Luz e Sombra e
escolher voltar para a Luz. A Alma anseia por experiências, sejam elas quais
forem, no desenvolvimento de suas potencialidades latentes.
O
“filho obediente” representa as Almas que ficaram na retaguarda, na
administração do Experimento, no direcionamento daqueles que mergulharam na
densidade e polaridade; ou que simplesmente escolheram não participar e nunca
deixaram sua zona de conforto.
Obediência
e rebeldia ganham, aqui, uma releitura, pois a primeira significa o serviço e a
conexão ininterrupta com o Criador, e a segunda significa a coragem, o espírito
aventureiro de mergulhar na escuridão, correndo o risco de se perder e não mais
se encontrar. Por isso a festa ao filho que conseguiu voltar.
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